O nome do ritmo e os movimentos executados na dança são inspirados no bugio (Alouatta guariba clamitans), primata anteriormente comum no interior gaúcho e hoje ameaçado de extinção. As origens da criação do ritmo são controversas, sendo que algumas pessoas acreditam que tenha surgido na tentativa de imitar o ronco do bugio usando o jogo de fole da gaita.
O bugio era um estilo musical restrito às classes menos desenvolvidas da sociedade gaúcha, sendo aceita aos poucos pela alta sociedade. A dança lembra os movimentos do bugio, com dois passos para cada lado e um pequeno pulo lateral na passagem do segundo para o terceiro movimento.
A autoria da criação é dada à Neneca Gomes, morador da localidade Mato Grande, Quinto Distrito de São Francisco de Assis, porém outros discordam desta ideia, dando o título de criador do ritmo à um outro gaiteiro, morador do Segundo Distrito desta mesma cidade.
Atualmente, existem festivais dedicados ao bugio, como o "Ronco do Bugio" em São Francisco de Paula e o "Querência do Bugio" em São Francisco de Assis.
Adelar Bertussi, mais recentemente, apresentou uma pesquisa intitulada “O Bugio na Mulada”, onde retrata o aparecimento do ritmo em sua terra natal, no interior de São Francisco de Paula. Segundo suas observações, fruto de diversas entrevistas, o gênero já era dançado na região serrana, antes de 1918, pelos bugres descendentes dos índios caingangues que habitavam as encostas do Rio das Antas e os tropeiros birivas açorianos. Uma coisa é certa: foram eles, Os Irmãos Bertussi, os primeiros a gravar um bugio, intitulado Casamento da Doralice, no LP Coração Gaúcho.
Os Serranos é um tradicional conjunto musical gauchesco, criado em 1968 em Bom Jesus, uma cidade localizada na serra do Rio Grande do Sul. Os Serranos é um dos poucos conjuntos de música gaúcha que ainda preserva o ritmo bugio em seu repertório. Seu principal compositor, Edson Dutra, um grande "tocador de bugios", é um exímio instrumentista, com forte influência dos Irmãos Bertussi.
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